Governo provisório de Francisco José Júnior, o "Silveira", freia instabilidade com medidas de impacto
Hoje faz dois meses
que a prefeita cassada e afastada de Mossoró e seu vice, Cláudia Regina
(DEM) e Wellington Filho (PMDB), tiveram decisão os catapultando da
prefeitura. O mais longo período de distanciamento do cargo.
A situação é inédita.
No dia 5 de dezembro de 2013, Cláudia e
Wellington tiveram recurso eleitoral negado pelo Tribunal Regional
Eleitoral (TRE), endossando punição ainda de primeiro grau, com
inelegibilidade por oito anos (veja AQUI). No dia seguinte, Francisco José Silveira Júnior (PSD) tomou posse.
Cabe recurso? Cabe.
Em Brasília, eles vaquejam um atenuante
no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ou seja, decisão liminar
(provisória) para retomada do mandato até julgamento do mérito (decisão
final, transitado em julgado, quando não caberá mais recurso algum).
Resolutividade
Antes dessa situação, prefeita e vice
(cassados 11 vezes em primeiro grau) já tinham sido afastados três
vezes, mas liminares no próprio TRE os devolveram aos cargos. Os juízes
Ana Clarisse Arruda Pereira (34ª Zona Eleitoral) e José Herval Sampaio
Júnior (33ª Zona Eleitoral) prolataram as sentenças condenatórias.
Nesses dois meses, o presidente da
Câmara Municipal – Francisco José Silveira Júnior – ocupou o cargo com
surpreendente capacidade de iniciativa e resolutividade, sobretudo
tamponando saída em massa de secretários ligados à Cláudia.
A estratégia, que teria sido articulada
para desestabilizar o governo provisório, acabou tendo efeito contrário
e dando a “Silveira” os meios e argumentos para rápida reforma no
secretariado. Diante desse encurralamento, ele apostou sobretudo na
formação de equipe com perfil técnico.
Bateu de frente com partidos e
vereadores, ávidos por cargos. Foi “pescar” dentro dos quadros de
servidores efetivos, que conheciam bem o funcionamento da máquina
pública, a essência da estabilidade obtida de forma ágil.
Estabilidade
Nesse ínterim, outros acontecimentos
administrativos e políticos tornaram ainda mais angustiante o retorno de
Cláudia e Wellington.
Nesse tempo, Mossoró convive bem com a
mudança, e o prefeito tem dado respostas a várias demandas, muitas das
quais emperradas durante a gestão da própria Cláudia e Wellington.
Literalmente, a gestão não parou.
A tese da instabilidade para justificar
rápido retorno dos afastados, se volatizou. Até mesmo movimento
articulado por colaboradores e aliados de Cláudia, via redes sociais,
pregando existência do caos e cobrando “justiça” pro seu rápido retorno,
foi se dissipando e hoje é algo quase invisível e inaudível, com
escassos militantes cibernéticos.
A própria imprensa, de vocação
governista e cor “laranja” (símbolo de Cláudia), como já fora “rosa”
(Rosalba Ciarlini-DEM) e “azul” (Fafá Rosado-DEM, hoje no PMDB),
converte-se à ditadura dos fatos: cede à realidade dos acontecimentos.
Passa gradualmente a se reportar à administração Francisco José Júnior
de forma menos incendiária, com maior cautela e até elogios abundantes.
Soluções
O prefeito não passa despercebido.
Ele deu solução à greve da Guarda Civil
que se arrastava há quase dois meses; adiantou providências para
abertura da Unidade de Pronto-Atendimento do Belo Horizonte (UPA),
fechada há mais de um ano; viabilizou pagamento atrasado do PASEP de
servidores; ensejou pagamento na folha de terceirizadas, que sempre eram
pagas em atraso; desobstruiu repasses para entidades filantrópicas
(como Hospital do Câncer); determinou corte com gastos na propaganda;
decretou auditoria na folha de pessoal e na Saúde; assegurou e ampliou
patrocínio a Potiguar e Baraúnas em 30% (remanejando da propaganda);
reduziu frota de veículos alugados, um deles, de luxo, que servia à
prefeita, mesmo a prefeitura possuindo um novo, guardado e sem uso;
assinou a Lei Complementar, nº 99, que concede o reajuste do piso
salarial dos profissionais da Rede Municipal de Ensino e a Lei
complementar, de nº 98, que institui o Plano de Cargos Carreiras e
Remuneração, da Guarda Civil Municipal – entre outras ações.
No campo político, atraiu o apoio do
sempre indócil PT, que anunciou apoio à administração e já participa do
Governo. Na Câmara Municipal, o próprio líder da gestão Cláudia Regina,
vereador Manoel Bezerra de Maria (DEM), converteu-se em seguidor do
neogovernismo. A grande maioria, que já era governista, foi ampliada.
Entidades da sociedade civil e órgãos
fiscalizadores, como o temido Ministério Público, passaram a ser
consultados e a ter influência decisiva em medidas administrativas. Daí,
a perspectivas de que informações guardadas há incontáveis anos possam
sair da “caixa-preta”, se tornando do domínio público, como contratos de
aluguel de imóveis, veículos, terceirizadas etc.
Vermículos
Partidos e lideranças políticas há
semanas e semanas que tratam de outra questão: as eleições suplementares
a prefeito e vice de Mossoró, consideradas iminentes. No campo
político, essa é a prioridade fora da prefeitura.
A prefeita e o vice podem voltar através de liminar?
É possível, mas pouco provável.
Mossoró é que não pode parar. Com ou sem Cláudia, com ou sem Francisco José Júnior, mesmo que uns torçam e trabalhem pelo caos.
É sempre em meio ao caos que os vermículos se multiplicam e se fortalecem. Precisam do lodaçal. É seu habitat.
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