12 de dez. de 2011

LANÇADO HÁ 11 ANOS PROJETO DE POLICIA COMUNITARIAAINDA E TIMIDO

 Há 11 anos, o Rio Grande do Norte lançava um ousado programa para combater a violência. A estratégia usada na época era inovadora, trazida de países mais desenvolvidos, e despontava como a grande arma para reduzir o avanço da criminalidade. A ideia era simples. Trata-se da união entre a sociedade e a Polícia. Juntos, trabalhando em parceria, formariam uma dupla imbatível. Porém, passada uma década, o projeto "morreu na praia" e agora retorna de maneira bastante tímida, "experimental".
 
Em sua essência, a Polícia Comunitária tem um perfil diferenciado das "polícias" que se costuma ver pelas ruas. Ela é pautada na filosofia da parceria entre a sociedade e a Polícia, baseando-se no princípio de que ambos têm de trabalhar juntos para identificar e resolver os problemas conjuntamente. "A Polícia Comunitária atua de maneira preventiva, evitando que o crime aconteça. Eles trabalham mais diretamente com a população, buscando resolver os problemas sociais. São policiais mais humanizados, com um treinamento diferenciado", define o tenente-coronel Jânio Marinho da Silva.
 
O oficial, que coordena o programa de Polícia Comunitária da Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social do RN (SESED), explica que o programa foi lançado em 2000 em pontos específicos do Estado. Contudo, o projeto não avançou devido a algumas questões burocráticas e até mesmo à falta de apoio dentro da própria organização governamental. Mossoró, por exemplo, foi contemplada com várias bases de Polícia de Bairro, nome dado ao programa de Polícia Comunitária, mas nenhuma delas funciona hoje efetivamente. Elas são usadas apenas como pontos de apoio.
 
As unidades dão suporte às viaturas comuns, que atuam naquela região da cidade. Entretanto, o trabalho de polícia comunitária não é efetivo. O JORNAL DE FATO visitou ontem os postos que deveriam funcionar como bases comunitárias e os encontrou em estado de abandono. A unidade do bairro Santo Antônio (zona norte), por exemplo, está totalmente deteriorada. Segundo o comerciante Edinaldo Torres, 38, que mora próximo ao posto, a unidade funcionou somente nos primeiros meses e depois foi abandonada. Ele reclama da desativação e mostra-se até revoltado com esse caso.
 
"Num tempo desses foi até reformado (o prédio) e nós achamos aqui que iria voltar a funcionar. Mas pintaram e não mudou nada. Pensei que ia melhorar a segurança aqui do bairro com a vinda de policiais para lá, mas nada mudou. Às vezes, eles (policiais) passam por lá, mas logo vão embora", reclama o comerciante, que mora há 20 anos no local e não chegou a ver a base funcionar efetivamente. Ele aproveita para cobrar o retorno dos policiais. O bairro tem policiamento, conforme o II Batalhão de Polícia Militar de Mossoró, mas os policiais não têm um ponto fixo - ficam circulando pelas ruas.

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